quarta-feira, 3 de março de 2010

Senil Compressão Fiosófica

Entravam 
pelo brilho da janela
senis inquirições;

Minha face de madeira
falava aos móveis...
Mudava os objetos
na espera das mudanças.

Entre a sala,
dois receios vis
formando um uni-verso:
“Ser ou não ser...” e “Ser o não-ser...”

Sussurrava na entranha um grito
e na chaleira
transpirava a borra.

“Seria o tal retrato sobre a mesa,
ou a moldura de miragens
Na parede?”

Não importava mais.

A ladradura continuava...

Nada calaria a antiga mordaça
de nunca ter sido.




CharleSanctus

4 comentários:

  1. uni-verso

    descobrir novas palavras em uma única só

    re-significar

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. "Sussurrava na entranha um grito
    E transpirava na chaleira a borra."

    Charles... meu querido, penso tanto sobre
    essa pena com que tu tens na mão, quando
    escreve um poema... sei que é uma tenaz
    de um anjo... mas as vezes desconfio que
    meu anjo lhe sede uma tenaz de suas asas
    e por isso o que tu escreves me descreve
    e choro, lágrimas de quem foi cortada ao
    fio da navalha ou mais certo dizer ao fio
    da pena do meu poeta... e o grito do meu
    silêncio que tem ecoado no peito, agora
    vem pra fora em um único gemido fatiado
    em gotas que deslizam pela face...

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  4. ser o não-ser :D

    adorei, muito bom. especialmente os ultimos versos.

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