quarta-feira, 3 de março de 2010

Senil Compressão Fiosófica

Entravam 
pelo brilho da janela
senis inquirições;

Minha face de madeira
falava aos móveis...
Mudava os objetos
na espera das mudanças.

Entre a sala,
dois receios vis
formando um uni-verso:
“Ser ou não ser...” e “Ser o não-ser...”

Sussurrava na entranha um grito
e na chaleira
transpirava a borra.

“Seria o tal retrato sobre a mesa,
ou a moldura de miragens
Na parede?”

Não importava mais.

A ladradura continuava...

Nada calaria a antiga mordaça
de nunca ter sido.




CharleSanctus

terça-feira, 2 de março de 2010

ÃMOR (do prazer carnal)


Da casca espessa em lacre,
selo amargo;
Coração maduro
de desejos inflamados.

Onde a língua forja o gosto,
o gozo forja a talo.

Carne altiva,
                 favos;
Boca ardente,
fruto em chama,

que sorve
deflorando
lábil aroma
das manhãs...

E a  romã,
           de dor

transcende a sua flor
por entre-lábios...

(A “flor” qual os mortais
chamam de “insano”).



CharleSanctus